terça-feira, 15 de julho de 2008

Dia cinza

Tem dias que a menina acorda com azia da vida, mal que anti-ácido nenhum consegue resolver...

É tédio, é cansaço, é desânimo, é desprazer, é mal-humor, é um tudo-com-sono, é um tudo-com-nada, um tudo-sem-poesia-e-sem-criatividade. Horas que não servem para pensar nas coisas da vida, por sentí-la sem sentido, sem graça, sem cor, mediocremente...

Pode encontrar a angústia da fome sem ter fome e o frio do inverno no verão. O desprazer do ócio e do cansaço juntos, o peso dos problemas sociais e da sua indiferença, o cinza das cores...

Sem cerimônias deseja para si toda poesia do mundo e os mais espontâneos sorrisos, como espécie de antídoto. Antídoto que está em falta no momento. Deseja e se entristece.

O dia da menina amanheceu cinza.

Ela sabe que é a chegada dele. Só por ele que insiste em prosseguir, em enxergar além da cor...

Um comentário:

Thiago disse...

Não tinha visto esse texto, minha linda, tristinho, mas bem profundo!