Hoje a menina acordou com coração cheio de saudade e desejoso de carinho... cansada das feridas e desse “ter que ir frente” sem saber onde irá chegar. Só de pensar, já estremece de medo, pela real possibilidade de não chegar a lugar seguro, pela real possibilidade de perder e de não ter um natal feliz, por tudo que é real.
Ela andou descobrindo que saudade é muito mais que desejo de estar perto: saudade é o medo de perder para sempre, o desejo de que aquele amor que sentimos sobreviva às intempéries da vida com o medo de que não sobreviva. E percebeu que a gente deseja carinho na mesma proporção que pode dar e que geralmente deseja quando não está em condições ou não tem a quem doar da forma que gostaria... Tentou saborear com suavidade a saudade e o desejo de carinho, até quem em outro canto da rede se deparasse com o único fantasma que pudesse lhe causar ódio e ciúmes. A menina sabe que não há venenos piores que estes e vê ali seus sentidos agonizarem e perderem o viço: naquele instante se tornavam capazes até de matar aquela... melhor nem dizer. Melhor vomitar tudo e voltar a si...
Por que será que algumas coisas dão errado justamente quando outras estão a dar certo, menina? Simplesmente para não termos tempo de saborear, ou para não nos acostumarmos com o gostinho bom? Mais uma vez ela se depara com o “por quê?” e talvez com calma consiga chegar à resposta.
A menina pede que Ele a recorde das vezes que sentiu saudade e medo de perder... gostaria de saber se alguma vez Ele também sentiu ódio e ciúme... seria tão mais confortante se Ele viesse lhe contar que sim e entendesse que ela deseja apenas caminhar para um natal feliz.
Ela sabe que tem nEle as respostas, ainda que não consiga compreender nem sentir dentro de si a vibração daquele grito... ainda mais por isso, é certo que ela tem nEle as respostas. Agora resta por nEle a esperança, no desejo e na certeza de que sua chegada infante será resposta de luz, mudará tudo, trará uma nova realidade.
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