(Foto de Cris Diletta)
A Menina nunca mais saberá o significado de solidão, mesmo que em certos momentos se encontre só, porque agora é parte de um corpo misterioso e místico: é fragmento de humanidade no corpo-mundo. Nele é possível conectar cada homem dessa terra, ali foi pensado um espaço para cada um, para que possam se encontrar e se tornar uma coisa só.
Talvez seja difícil entender esse conceito, e na verdade aqui os conceitos não importam. Importa saber que ela faz parte de um corpo.
Um corpo que repousa por entre dias de sol e mar, brisa e calor e forte tempestade de areia. Que ora se aventura no mar, ora se aventura à beira-mar, uma vez por entre as pedras e outra vez percorrendo as matas, em busca de um topo seguro no qual possa contemplar a beleza da vida.
Digamos que a Menina é única nesse corpo que se aventura, e que não é composto somente por ela, mas por outras companheiras e muitos companheiros pelo mundo.
E nesse caso é importante dizer que não se trata apenas de um corpo aventureiro em férias, mas de um corpo viajante e peregrino, a percorrer uma viagem esplêndida – viagem humanizante e mística, forte, única e santa.
Saiba que em viagens assim a gente embarca e não quer mais voltar. Faz um percurso em que nada mais surpreende, porque ali se celebra com a vida o contínuo milagre, onde tudo é possível e os significados são absolutamente novos.
Também não posso dizer que nesse caso não seja necessário o esforço, senão estaria contando uma fábula, e aqui trago a realidade. Sim: forte, viva, latente, única, sobrenatural, mas, principalmente, real.
Ali a Menina descobriu que a beleza da vida é construída com esforços. Pequenos, grandes, mas sempre esforços. Muitos nomes, muitos meios, mas uma única e infalível fórmula: o Amor. (Parece ingênuo, mas posso garantir que é a verdade. Porque quando a gente ama, você vai notar, quando a gente ama, a gente... esquece, suporta, simplifica, perde, luta, espera, acolhe, conforta, doa-se. E tudo se resolve.)
Talvez cada homem precise encontrar seu lugar no corpo-mundo para descobrir o sentido mais belo da vida e compreendê-la profundamente. Aí, será como redescobrir a beleza do feio, a plenitude do vazio, a voz do silêncio, a sabedoria do novo e a juventude do antigo, para compor uma nova sinfonia.
E assim, imerso no esforço de tornar concreto todo o Amor que conhece, o Corpo-Mundo, feito da Menina com suas companheiras, se aventura cada vez mais luminoso, pleno e feliz, por entre férias de sol e mar, brisa e calor, e uma bela tempestade de areia.
.
2 comentários:
Que belo maninha! Obrigado por estas palavras repletas de sabedoria!
Uno sempre!
Tudo de bom ai Mana!
Uno!
Postar um comentário